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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Capitu

Parece até clichê escrever sobre este tema, afinal, existem milhares de discussões sobre o assunto, sem falar de livros e estudos diretamente voltados para a não tão simples pergunta que há mais de um século nos martela a cabeça: Capitu traiu ou não?
Se o caro leitor deste post nunca leu o livro, pode parar de ler por aqui, senão as ideias expostas adiante poderão influenciar e muito a futura leitura.
Mas comecemos pelo começo, estava eu hoje na minha aula de literatura brasileira, quando o professor nos mostrou partes selecionadas da minisérie Capitu, exibida no final do ano passado pela TV Globo, enfim, já havia assistido à serie e a baixei pela net algum tempo depois, mas como o tema é bem polêmico, como eu mesmo já disse, uma discussão calorosa foi levantada ao serem expostas diversas opiniões, tanto sobre a série, tanto quanto sobre o livro e por aí vai...
O mais legal foi exatamente ver os diversos olhares sobre a obra em geral, e embora tenhamos discutido tanto, conseguimos chegar à uma conclusão em comum: Machado de Assis era um grande de um filho da .... !
Mas não arregalem os olhos ainda, nem pensem coisas como "nossa ele disse que Machado era um dos escritores favoritos dele e talz... Oh My God!!"
Temos que entender bem o contexto desse nome pelo qual eu o chamei agora, afinal, o cara criou uma obra que até hoje faz os leitores se coçarem em suas poltronas, procurando uma resposta que poderia ser revelada ao final do livro, mas graças a forma como ele construiu a história, nos vemos imersos em um grande turbilhão de estratégias literárias que ultrapassam e muito o estilo característico do século XIX...
Enfim, uma grande obra que realmente nos faz pensar sobre algumas questões elementais de nossa existência, tais como o amor e a traição, afinal, todos já amamos, correspondidos ou não, e já traimos ou sofremos por uma traição tb, independente do tipo de traição, o sentimento é o mesmo, mas há apenas uma pequena grande diferença de casos, pois se vc sabe que foi traido, a reação é muito mais fácil, muito mais genérica e até mesmo previsivel, inclusive podemos até terminar uma discussão monumental com a célebre frase: "Vc pisou na bola comigo, mas eu te perdoo".
Além de resolver as coisas vc ainda sai como superior na história, olha que beleza! Mas agora meus amigos... o pior é quando você não sabe o que ou como aconteceu e isso vai te corroendo por dentro, até que te tornes casmurro... exatamente como nosso amigo Bento Santiago, mas deixemos um pouco de lado esse assunto, porque não para filosofar agora, sendo que o que nos interessa é exatamente o impacto dessa obra na história da literatura brasileira.
Me lembrei de um professor do 3º ano colegial que em uma de nossas discussões sobre o tema, me disse que a questão da traição só tinha essa importância toda porque a nossa sociedade a deu poder demais, que se Capitu traiu ou não era coisa que cada um devia resolver por si mesmo, fazendo uma análise das leituras do livro, visto que esse livro precisaria ser lido no mínimo umas 3 vezes, mas pensando desse jeito, isso só nos deixa mais perto da resolução quase que aceita como universal: Machado era um escritor muito a frente de seu tempo, afinal, sua obra até hoje faz referência a temas tão presentes e que ainda continuam inexplicáveis em determinados sentidos dentro de nossa sociedade, que se vê retratada por esses textos.
E o que é mais legal disso tudo é saber que o Machadão tá lá se revirando no seu túmulo... de tanto rir de nossas caras! Ou deve estar muito p da vida conosco e vive reclamando: "Pô, esses caras não param de me encher o saco!" KKKKKK
Mas de qualquer modo o cara é muito foda mesmo e pegando um pouco do post anterior sobre o Bill Gates, assim como hoje cada um de nós possui ao menos um computador em sua casa, do mesmo modo também deveríamos ter pelo menos um livro de Machado em nossas bibliotecas individuais, ou naquela poltrona de canto que a gente usa pra colocar algumas coisas às vezes.
Não tenho intenção de me aprofundar nesse questão, pois concordo com meu professor, cada um deve tirar sua própria conclusão, mas quem sabe esse post não se torne um início de uma discussão maior por aqui? imaginem as propostas que seriam levantadas aqui: "Bentinho, um frouxo enlouquecido?" ; "Capitu: dissimulada só nos olhos?" ; "Ezequiel como o filho que veio para separar os pais?" ; "Escobar como homem da vida de Capitu?". É uma ideia legal que pode ser bem produtiva! Mas que fique pra depois porque o que nos importa agora não é mesmo apresentar nada de praxe, até porque curtir junto é mais gostoso neh...
E com isto dito caro leitor, que o peso da Terra lhe seja leve, e vamos à história dos subúrbios!

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